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Rosana Emilio

Relacionamento à distância (colocando em prática a experiência namoradinhos)

Confesso que eu tinha um pouco de preconceito com relacionamentos à distância. Achava que era meio impossível dar certo. 




Pois bem, estou aqui num relacionamento a distância. 

O meu não é uma distância de uma cidade ou um Estado. 

É. Um. País. 

Tem um oceano gigante entre a gente. 

Contextualizando:


Aquele negócio que senti diferente lá em 2019 continuou existindo (como já deu para perceber).

Ps. e pelo jeito não foi só comigo, não é mesmo?

Até que decidimos que não queríamos mais ficar separados. 

E foi assim que começou nosso plano. 

O que funcionou para a gente foi fixar um plano detalhado de como tudo aconteceria, inclusive fixamos quando mudaríamos para a fase 2. 

Deixamos estipulados nossos limites para a fase 1: máximo de 5 meses sem se ver; uma vez um vai e outra vez o outro vem; ter um dia da semana só nosso em que nos ligamos por vídeo, conversamos, comemos juntos, assistimos filme juntos (hoje em dia isso virou uma rotina diária); se tivermos uma briga, a gente resolve em uma ligação; cada um continua vivendo sua vida, afinal, não da para sair só quando estivermos fisicamente juntos, mas sempre damos um jeito de compartilhar os lugares e as experiências com o outro; ser sinceros sobre absolutamente tudo, porque a distância impossibilita coisas básicas como observar a expressão corporal, então o diálogo é nosso maior aliado. 

O que senti durante esse tempo é que criamos uma intimidade muito grande. 

Nós conversamos MUITO. 

São muitas e muitas horas de ligações, com muitas conversas profundas, conversas bobas, muita parceria, muita torcida um pelo outro. As pessoas nem entendem como temos tantos assuntos (mas vamos la né, tem um oceano entre a gente, então somos dois tagarelas mesmo).

Aprendi que para estar perto não precisamos estar fisicamente perto.

O Leonardo é meu maior companheiro mesmo morando do outro lado do oceano. É meu maior incentivador mesmo sem estar aqui do meu lado e no mesmo fuso horário. Ele me conhece tão bem que com uma mensagem já sabe se estou bem ou não. 

A minha experiência com relacionamento à distância está sendo ótima. Desafiadora, mas ótima! (Talvez o companheiro ajude a transformar a experiência em algo bom). 

Não sou a pessoa mais experiente no assunto, mas acredito que para um relacionamento à distância dar certo é manter sempre o canal de diálogo aberto (isso é importante em todos os relacionamentos, mas a questão aqui é a distância física em si). A falta do olho no olho ou de expressões corporais muitas vezes atrapalha, porque não dá para saber como a outra pessoa se sentiu em determinada situação, por isso, expressar o que está sentindo ou sentiu e saber acolher o sentimento alheio é sem dúvidas uma das coisas mais importantes. 

Considero a sinceridade e a honestidade pontos importantíssimos. Quando se é sincero, honesto, transparente e tem um canal de diálogo forte, a confiança também se torna muito forte. E convenhamos, a confiança num relacionamento à distância é algo extremamente valioso. Por estar longe fisicamente, o casal não pode “parar a vida” e deixar de socializar. Ter alguém que passa segurança é essencial. 

Criar uma rotina gostosa juntos ameniza a saudade. Foi desafiador ter uma rotina por conta do fuso horário diferente. Estamos com 5 horas de diferença. Às vezes o Léo mata umas horinhas de sono por minha culpa, mas nós conseguimos ter nossos momentos! 

Outra coisa fundamental, é entender que cada um está inserido em uma cultura. Conversar sobre essa diferença para entender e aceitar isso é algo que vai poupar muitos desencontros. O Léo mora há quase 9 anos na Holanda e já pegou muito os costumes de lá, mas entende que a minha realidade é diferente da dele e por isso sempre conversa muito comigo sobre isso, para que eu tente me familiarizar um pouco mais com essa diferença e não estranhe ou não me sinta desconfortável com alguma coisa. Acredito que se ele não fosse brasileiro, talvez haveria um pouco mais de desafio. 

Em alguns dias a saudade aperta muito e sinto raiva da distância, raiva do oceano ter tanta água, raiva dele estar lá e eu aqui. 
Às vezes a vontade de sentir um abraço, de receber um carinho, de olhar no olho em silêncio faz muita falta. 

Mas isso vai acabar. 

Estamos há poucos meses de colocar em prática o 2º passo do nosso plano. 

Faço uma analogia dos nossos planos com um jogo de video game  e que cada fase tem seus obstáculos e dificuldades. 

Nós passamos muito bem pela fase nº1. Agora a ansiedade está batendo na porta para passarmos para a fase nº2.

Eu. Vou. Me. Mudar. Para. A. Holanda! 

Isso estava estipulado desde o início, mas a partir do momento que vai chegando mais perto, vai se tornando muito mais real e se torna uma mistura muito louca de sentimentos. 

Ansiedade, felicidade, medo, estresse, saudade antecipada de quem fica, saudade do Léo que está longe, esperança, melhorar o inglês, aprender um idioma novo (sim, estou aprendendo Holandês), cansaço. Tudo junto e misturado. 

Acho natural o medo do novo e acredito que todas as pessoas que saem da casa dos país passam por isso. Mas eu tenho um plus (tenho consciência que muitas pessoas passam por isso e que não sou o alecrim dourado, mas é um plus bem grande para mim). 

Não vou me mudar para uma casa do outro lado da cidade. Vou para outro país, com tudo novo, dois idiomas diferentes, culturas diferentes, absolutamente tudo diferente. 

Me toca muito deixar meus pais e meus cachorros no Brasil, mas desde o começo tive uma certeza tão grande que essa era a melhor decisão. 

No início pensei que estávamos sendo emocionados, mas meu sentimento pelo Léo vem de um lugar que não sei explicar. Acho que a gente só sente quando as coisas devem acontecer, porque em nenhum momento senti insegurança ou medo dessa decisão. Sempre senti paz. 

Uma vez me disseram que nosso coração dá sinais quando estamos seguindo o caminho certo. Ele fica calmo, fica em paz. E de verdade, nunca senti uma paz tão grande como a que sinto agora. Ok, existem milhões de outros sentimentos rolando, mas em relação a essa decisão, em relação ao Léo, em relação à Holanda, sempre senti muita calmaria e paz. 

Dá paz saber que tem alguém especial me esperando para começarmos nossa vida juntos. Dá um quentinho no coração saber e sentir que essa pessoa é aquela que você sempre sonhou e sempre pediu (e o tempo sempre confirma isso, em muitas situações). 

Dá medo de mudar tudo na vida por ser algo novo, mas escolheria isso todos os dias se for para sentir a paz que eu sinto. 

Realmente, hoje posso afirmar que o coração se acalma quando estamos no caminho certo. 

Léozinho, tô chegando na Holanda! 





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