
Comecei a treinar corrida com um professor e cada treino é um desafio novo.
Cada vez que recebo o próximo treino, minha cabeça tenta me sabotar com pensamentos de que vai ser muito difícil ou que não vou conseguir, mas no final sempre consigo (ou quase sempre).
Algumas vezes não consigo exatamente do jeito que deve ser. Fico frustrada. Fico brava. Mas pelo menos fui, tentei, dei meu melhor (mesmo que o meu melhor tenha sido péssimo). O importante é que não desisti. E ai, no próximo treino dá certo.
Consigo ver semelhança de um treino de corrida com a vida. Até mesmo a forma que comecei a correr me mostra essa semelhança.
Quando estávamos vivendo a pandemia, eu sentia muita vontade de sair na rua para correr. Muitas vezes até sonhava que estava correndo na rua livremente. Acho que o conceito de estar “presa” dentro de casa esperando a pandemia acabar despertou essa vontade de correr por aí.
Um belo dia coloquei meu tênis, peguei uma máscara e fui.

No início não aguentava correr nem um quarteirão inteiro e já sentia que meu pulmão ia explodir.
Fui persistindo e aumentando a distância de quarteirão em quarteirão, até que um dia deixei fluir até meu máximo e quando olhei no meu relógio já tinha corrido 3k. Foi uma sensação incrível!!!
A corrida se tornou minha meditação.
Respira.
Solta.
Uma passada.
Outra passada.
Respira.
Solta.
Uma passada.
Outra passada.
A corrida me ensinou a ter paciência e persistência. Me mostrou que é a constância que faz a gente evoluir.
Nem todos os dias serão bons, mas nem todos serão ruins. Lembro que meu professor me disse uma vez sobre um treino: “Vai ser desconfortável? Vai! Mas esse treino é importante para sua evolução”.
Saio da minha zona de conforto a cada corrida. Muitas vezes preciso ir mais devagar para aprender a ter mais velocidade. Ou preciso aprender a controlar a velocidade para alcançar uma distância maior. Outras vezes preciso ir muito rápido, num treino super desconfortável, para aprender a descansar correndo (sim, você leu certo) e controlar minha respiração durante esse período.
Aprendi com a corrida que para evoluir, nem sempre preciso ser super rápida em todos os treinos.
E a vida é assim. Às vezes um passo para trás nem sempre é uma regressão, talvez isso seja necessário apenas como um impulso para a evolução.
Então respira.
E solta.
E vai!
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