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  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 2 min de leitura

Estamos exatamente na metade do ano (esse texto foi escrito dia 01/07, por isso o “exatamente”) e quero fazer uma retrospectiva. 

Comecei o ano de 2024 do jeitinho mais gostoso do mundo: Léo no Brasil (em Araraquara para ser mais exata). Quem namora/namorou à distância sabe o quanto isso é gostoso!

O Léo chegou no Brasil dia 31/12. Aquele dia pareceu infinito e só acabou dia 02/01. Foi muito gostoso (e cansativo). 



O período dele no Brasil foi revigorante. Ficamos grudados, viajamos, rimos bastante, passamos meu aniversário juntos, vivemos muito! Mas sempre sentindo aquele gostinho de quero mais. 

Acho que entendi que esse “gostinho de quero mais” com o Léo sempre vai existir, porque quero muitas coisas com ele. Quero viver a vida inteira com ele, ter muitas experiências, muitas primeiras vezes. Tudo!

Além disso, minha melhor amiga também foi para o Brasil no começo do ano e conseguimos passar o ano novo com todas as amigas juntas. 

O começo de janeiro foi muito especial!

Depois fui curtir o carnaval com minhas amigas em SP. Assistimos as escolas de samba no camarote. Sonho. Seeeempre quis. É incrível! A energia das escolas de samba passando na avenida é contagiante. Ver, ouvir e sentir a bateria tocando na sua frente é sensacional. Fiquei hipnotizada em vários momentos diante da grandiosidade e beleza daquilo. 

Fomos em bloquinhos também. 

Tivemos momentos calmos largadas em casa e de risadas só nós (um pouco de festa, um pouco de descanso. Até porque somos três idosas que tentam ser jovens e precisam de um dia de descanso para recuperar da noite toda vendo escolas de samba haha).

Foi um ótimo carnaval!

Depois disso, começou de fato a contagem regressiva para a mudança e toda a preparação. Compra de passagens, conversas internas, conversas com meus pais sobre os planos, pedido de demissão, mais conversas internas, despedidas silenciosas em todos os momentos, emoções à flor da pele sempre, pedido para que o tempo passasse mais devagar, conversas importantes, muito carinho nos cachorros, despedidas, choros e aeroporto. 



Cheguei na Holanda!



Estou vivendo muitas experiências diferentes, descobrindo coisas novas e me redescobrindo. É como se a Rosana do Brasil tivesse ficado lá e uma nova Rosana está se descobrindo aqui (e muitas vezes resistindo um pouco a tudo). 

Enfim, 6 meses se passaram desde o dia infinito do dia 31/12 à 02/01 e muitas coisas aconteceram. 

2024 tem se mostrado um ano incrível e cheio de primeiras vezes: ano novo feliz, carnaval feliz, conversas importantes, demissão, liberdade, mudança de país, casa nova, tô morando com um menino (sempre falo isso pensando na Mônica quando foi morar com o Chandler - se você não pegou a referência, por favor, vai assistir Friends. Você tá perdendo tempo!), minhas melhores amigas me visitando na Holanda (faltando a Corzinha - minha melhor amiga que até então era a única internacional), hospital na Holanda. 

Ainda faltam 6 meses para o ano acabar. Quais serão as outras primeiras vezes que ainda estão por vir?


Quando me mudei para a Holanda sabia que teria que aprender Holandês.

Então vim com meu inglês mesmo. Não era um inglês perfeito, mas era um inglês super falável (se é que essa palavra existe). Aqui as pessoas conseguem viver bem em inglês. Inclusive, os cursos na Universidade são em inglês (embora você tenha a opção de escolher fazer em Holandês também).

Cheguei aqui e tive um choque.

E acho que esse choque me paralisou de uma forma que até meu inglês resolveu se retirar da minha cabeça. 

Então estou num país lindo (e doido) com pessoas que só falam holandês (uma língua totalmente sem sentido) e meu inglês ficou paralisado lá no Brasil. Ótimo né?

Inclusive, neste exato momento meu namorado está assistindo jogos da Eurocopa e o locutor está falando tudo em holandês. Que experiência viu. 



Como se não bastasse a greve do meu inglês, a não existência do meu holandês, meu querido namorado caiu na rua E QUEBROU O BRAÇO

Sério, foi o tombo mais ridículo do mundo.

Estávamos atravessando a rua, ele se desequilibrou (ou escorregou, vai saber) e caiu. Na hora começou a sentir uma dor no braço direito (aham, ele é destro. Lei de Murphy né?), mas conseguiu viver um dia inteiro daquele jeito, inclusive FOI TRABALHAR à tarde e na manhã seguinte (ele é cozinheiro. Lei de Murphy 2.). 

O sistema de saúde daqui é bem diferente do Brasil (Holanda, um lugar super especial). Não podemos simplesmente ir para um Pronto Socorro, precisamos AGENDAR uma consulta com um médico da família e esse médico encaminha para um especialista, hospital ou o que ele achar mais necessário. 

Pois bem, ligamos no médico e o Leonardo estava negando com todas as forças que estava com o braço quebrado e falou isso na ligação, então tivemos que ir ao médico apenas no dia seguinte, no período da tarde. E foi assim que ele viveu um dia inteiro com o braço quebrado sem saber. (inclusive ele é um exemplo de homem que não reclama viu? Fiquei impressionada).

No dia seguinte fomos ao médico (com todo mundo falando em holandês, lembra disso né?) e tivemos a linda notícia que o braço estava quebrado.

Fomos encaminhados para o hospital, ou melhor, a gente se encaminhou para o hospital porque aqui não tem esse luxo de ambulância levar não.

Chegamos no hospital e tivemos a ótima notícia que ele teria que OPERAR E COLOCAR PINOS NO BRAÇO. 

GENTE. 

OPERAR.

E EU AQUI SEM FALAR NEM BOM DIA EM HOLANDÊS (mentira, bom dia eu falo, mas com sotaque péssimo). 

Eu estava lá rindo de desespero e tentando deixar ele calmo (sendo que ELE é a pessoa calma da relação - vide o passeio de 45 minutos até o hospital com o braço quebrado), mas por dentro meus divertidamente estavam em pânico, correndo por todos os lados pedindo socorro, respirando em sacos e querendo fugir. 

A cirurgia para colocar PINOS no osso do antebraço dele foi marcada para UMA SEMANA DEPOIS

Chegou o dia da cirurgia e não sabíamos absolutamente nada do que aconteceria. A irmã dele veio para cá dar um apoio (ela mora na Alemanha, mas também não fala absolutamente nada de Holandês e tem a mesma opinião de que é uma língua sem sentido - embora ela não tenha muita moral pra falar sobre línguas estranhas já que mora na Alemanha e fala alemão que também não faz sentido algum). 

Foi super estranha nossa passagem pelo hospital.


Correu tudo bem com a cirurgia, mas não tivemos contato com o médico. Somente o Léo conversou com o médico no centro cirúrgico, mas mal explicou sobre a cirurgia em si.

A enfermeira mal falava inglês (mas foi fofa e usou o google tradutor - que não adiantou nada, mas fingimos que deu certo). 

Fomos embora do hospital sem saber nada do que aconteceu. PELO MENOS O LEONARDO ESTAVA FELIZÃO QUE GANHOU UM PICOLÉ DE LIMONADA LOGO DEPOIS QUE ACORDOU DA CIRGURGIA (enfim uma pessoa fácil de agradar né?).


Agora estamos aqui, com dois pinos no braço do menino. 

Acho que é a vida tacando na minha cara que vou ter que me virar mesmo e pronto (aprender logo holandês e resgatar meu inglês que ficou perdido em algum lugar do Brasil). 

É isso, mais um dia na vida dessa imigrante na Holanda.





  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 1 min de leitura

Minha meta sempre foi ser aquela pessoa que se sentia muito confortável na própria presença para fazer as coisas sozinha. Ir ao cinema sozinha, sair para jantar sozinha, sentar num café sozinha. 

Com o passar dos anos comecei a me sentir confortável assim.

O próximo passo era viajar sozinha. 

Marquei a viagem e fui (depois de quase desistir 5 vezes). 

Sofri por me achar incapaz de me virar sozinha, mas nunca por medo da solidão. 

Todas as pessoas que viajam sozinhas amam. E realmente é um jeito bem legal de explorar os lugares e explorar a si mesmo. 

É uma delícia ser sua melhor companhia, mas sejamos realistas, em alguns momentos a solidão bate. 

Eu estava no meu último dia sozinha, num dos lugares mais gostosos que já fui e por mais que tenha sido uma das melhores tardes da minha vida, no final do dia eu queria muito alguém ali do meu lado para compartilhar tudo. 




Não me senti pertencente em nenhum lugar que passei até agora. 

Amei todos. 

Fui feliz em todos. 

Mas sinto falta de casa.






© 2024 por ROSANA EMILIO. 

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