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  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 4 min de leitura

Quando falo que sou a doida das fotos, é verdade. 

Tirei essa foto quarta passada, às 11:05 enquanto estava indo ao médico. 

Foi minha primeira experiência como paciente aqui na Holanda (experiência no sistema de saúde holandês já tive com o Leonardo quebrando o braço e tendo que operar, né?)

Vou contar a história inteira. 

Não tenho passaporte europeu e ainda não tinha visto de moradia, por isso tive que entrar no país como turista, com uma passagem de volta para o Brasil com no máximo 90 dias de duração e um seguro viagem. 

Fechei meu seguro com um colega que tem uma seguradora, mas ele me fez prometer que eu não faria nenhuma estripulia e não precisaria usar o seguro, tendo em vista meu histórico. 



Continuando.

Meu colega me pediu para ser cuidadosa e não repetir o ocorrido da última vez. 

Faltando UMA SEMANA para o meu seguro de viagem acabar, acordei com infecção de urina. 

UMA SUPER INFECÇÃO. 

Simplesmente acordei às 4 da manhã e não conseguia mais dormir de tanta dor. 

Parecia que minha bexiga ia explodir. Além de sentir como se uma faca fosse cortar tudo por dentro. Fora a sensação de faca cheia de fogo saindo de dentro de mim quando eu fazia xixi (intimidade, temos. Mas quem nunca teve uma infecção de urina na vida?)

Liguei na emergência do seguro contratado e deu tudo certo. Marcaram uma consulta para mim naquele mesmo dia. 


Fui andando até a clínica e no meio do caminho tirei umas fotos. Uma delas foi dessa casinha fofa ai e outra do restaurante “Bla Bla”. 

Ainda durante todo o caminho E na recepção da clínica fiquei treinando o que eu ia falar para o médico. “It hurts when I pee and I feel like my blatter is always full” (dói quando faço xixi e sinto minha bexiga sempre cheia). 

Mas tenho um problema: quando fico nervosa meu inglês some.

O segundo problema era que eu não sabia falar "bexiga" em inglês. Aprendi que é blatter, MAS na hora de falar nunca lembrava a palavra, então fiz uma associação com “letter”, já que é sonoramente parecido.

Eu estava com dor, andando sem parar e falando em voz alta “letter, blatter, letter, blatter, It hurts when I pee and I feel like my blatter is always full, letter, blatter”. 

Cheguei no médico e NÃO TINHA NINGUÉM. 

Sentei e fiquei esperando uns 15 minutos (e repetindo “letter, blatter, letter, blatter, It hurts when I pee and I feel like my blatter is always full, letter, blatter”).

Meu horário era 11:30. 11:28 enfiei a cabeça pela porta e vi o médico chegando para falar comigo. 

Falei que tinha horário marcado e ele me deu um potinho. Fui la fazer o exame e DERRUBEI O SAQUINHO NO LIXO. Fiquei revirando o lixo para pegar o bendito saco do potinho e o médico me esperando (Rosana sendo Rosana). 

O exame ficou pronto em 2 minutos. 

O médico estava com o resultado na mão e me perguntou: “então você acha que tem infecção de urina?”, eu: “sim”, ele: “ah, eu também acho viu”, eu: ??????, eu de novo: "acha mesmo?", ele: “sim. O que você tem sentido para achar que está com infecção?”.

E dai pra frente foi só pra trás. Eu não tava entendendo mais nada. 

Estava com infecção ou não?

Ele estava com o exame na mão e falou que ACHAVA que eu estava, mas ao mesmo tempo estava me perguntando o que eu estava sentindo para que eu achasse que estava com infecção?

Na hora eu pensei: minha dor tá atrapalhando meu inglês ou esse papo tá muito de maluco.

Pelo menos pude usar toooodo o repertório que treinei. “It hurts when I pee and I feel like my blatter is always full”. Fiz uma pausa na hora de falar “blatter” e depois olhei pro Léo com um sorrisinho orgulhoso (blatter, letter, blatter, letter). 

Até que ele falou que eu teria que tratar com antibiótico e tal. Ai sim entendi que SIIIIIM existia uma infecção. 

Enfim, saindo de lá, foi a primeira coisa que o Léo falou: “parabéns, você conheceu o humor holandês”. Mas até ele ficou sem entender se eu tinha ou não infecção (ufa).

Minhas considerações

Fui atendida prontamente e meu exame ficou pronto em questão de minutos. No Brasil o exame de urina demora em torno de 1 hora para ficar pronto. Ponto pra Holanda nesse quesito. 

Não senti muita pessoalidade no atendimento. Ele não perguntou meu nome, nem pediu para ver meus documentos. Acho isso bem estranho. Mas ele foi muito solicito e educado (tirando a parte de ter me deixado super confusa. Acho que ele só tentou ser simpático de um jeitinho holandês?). 

O remédio foi prescrito direto na farmácia que escolhemos. Não precisamos de receita nem nada, ele já mandou direto para a farmácia aqui perto de casa e já peguei o remédio na hora. Veio tudo contadinho conforme a prescrição - 2 comprimidos por dia, por 5 dias. Se eu perdesse um comprimido ferrou. 

Claro que na farmacia eu tive que tentar três vezes falar receita e minha língua simplemente embolava e não saia (Prescription. Tenta falar aí sem enrolar a língua). Pelo menos fiz a moça da farmácia rir comigo.

Deu tudo certo, tô ótima, já tomei todos os remédios e fiz uso do meu seguro saúde sem quebrar o cóccix de novo

Também tinham umas florzinhas no meio do caminho:















  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 2 min de leitura

Essa foto é dos trilhos dos trens da estação de Groningen (Stationsgebied). Tirei essa foto no domingo, dia 11 de agosto, às 17:58. Estava voltando do mercado. 

Tem um mercado do lado de casa, mas ele é mais caro. O mercado mais barato é esse que fica 1,5km de casa e para chegar lá passamos por cima dessa ponte na estação. 

Logo depois de tirar essa foto, os trilhos começaram a subir. 

Sim, eles subiram. 

Calma, eu já explico. 

Mas primeiro: 




Voltamos ao ponto que as pontes sobem. 

Como é preciso ligar um lado do canal ao outro, existem as pontes. Elas parecem ser fixas, mas não se engane. Os canais são realmente usados, inclusive existem muitos barcos-casas.



Só que as pontes não são altas o suficiente para os barcos passarem debaixo delas, por isso elas precisam se mover. Muitas delas sobem para os barcos passarem, outras vão para o lado. É muito legal de ver. 

Existe uma pessoa que cuida disso, mas não fica ali no postinho o dia todo, ela vai la apenas no momento específico que o barco (ou barcos) vai passar, ou seja, O BARCO PASSA COM HORA MARCADA. 

É muito organizado

E ai chegamos ao ponto de dizer que: o único momento que conseguimos ver trânsito na Holanda é no momento que as cancelas da ponte abaixam para que ela se movimente para os barcos passarem. Caso contrário, o trânsito flui muito bem. 

Outra curiosidade: o trânsito é de bicicletas e pedestres (existem uns 4-5 carros, mas só). 

Todo o processo demora em torno de 3 minutos quando é apenas um barco passando (sim, eu cronometrei. Preciso passar a informação inteira né?).

O que me deixou mais curiosa com essa foto é que eu não sabia que o trilho do trem também subia como as pontes!!! Achei super legal e moderno. Uma senhora engenharia não é mesmo?

Além disso, os canais também são alvo de “esquecimento” de bicicletas e muitas outras coisas. 

Inclusive, esses dias vi um cara “pescando” uma bicicleta do canal aqui perto de casa. Aqui está bem em alta “pescar” coisas no canal com imã. 

Falando em criativos, é maravilhosa a capacidade que eles têm de equilibrar coisas nas bicicletas, sejam crianças, cachorros, malas, colchões, outras bicicletas, pessoas, enfim, a lista é gigante. 

É isso me sigam para mais curiosidades aleatórias que eu descobrir por aqui. 







  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 3 min de leitura

Precisamos falar sobre uma coisa séria: COMO LIDAR COM A SAUDADE DOS NOSSOS BICHINHOS?

Diariamente (eu disse diariamente) meus pais me mostram o Toddy e o Snow por vídeo, mas parece que a saudade só aumenta.

Prazer, eu sou a Rosana, viciada em pets.

Tenho dois cachorros, o Toddy Augusto e o Snow. 



O Toddy Augusto foi criado nas ruas e adotado para ser um belo burguês (e ele realmente é).

É o vira lata com a cara mais fofa do mundo, é o mais carinhoso, carente, medroso, mas se finge de bravo para defender todo mundo, late loucamente como um pintcher e rosna parecendo uma mobilete velha.

Era ele que dormia juntinho comigo todas as noites!

Ele completou 5 anos em junho (entenderam a carência?).



O Snow é um lord com seus olhos azuis e sua inteligência absurda. Se faz de bonzinho (e ele é), mas de repente você percebe que perdeu 10 horas do seu dia jogando a bolinha e fazendo tudo que ele queria. Inclusive é impossível ficar brava quando ele faz xixi no lugar errado, porque automaticamente ele vira o burro do Sherek com aqueles olhos azuis doces e as orelhas para trás.

É ele quem aguenta com a maior paciência do mundo o Toddy Augusto enchendo o saco o dia todo e, com certeza, se pergunta diariamente “o que eu fiz pra merecer isso?”, mas ao mesmo tempo chora e fica desesperado quando fica separado do irmão. É aquela famosa relação de irmãos né?

Ele completou 6 anos em abril (bem ariano doido quando vê uma bolinha). 

Esses dois são meus amores. 

São eles que sentiam quando eu estava triste e ficavam deitados do meu lado. Eles que iam me acordar de domingo de manhã. Na verdade o Toddy simplesmente se enfiava nos meus braços e dormia junto enquanto o Snow ia dar uma cheiradinha no meu nariz para me acordar. Eles que faziam festa TODOS os momentos que eu estrava em casa, mesmo se ficasse fora por só 2 minutos. 

Sério, cachorros são sensacionais.

Antes de me mudar sofri com antecedência pela nossa separação. Juro, eu abraçava e pedia desculpas por me separar deles. Diariamente. E chorava. Diariamente também.



E hoje como o esperado, sinto muita muita falta deles. É tipo uma abstinência de cachorros. 

É doido pensar nisso, mas nem preciso fechar os olhos para sentir a textura do pelo deles na minha mão. Consigo sentir a orelhinha mole do Toddy e a orelhinha mais macia do Snow. Consigo sentir o pelo macio do pescoço do Snow depois do banho e também a textura do pelo dele quando o banho já está vencendo. Sinto exatamente o formato do fucinho do Toddy na minha mão. E o cheiro das orelhinhas? O cheiro das patas?

Espero NUNCA deixar de sentir isso, porque ultimamente é o que tem me feito não surtar de saudades. 

Nos primeiros 20 dias aqui o Léo percebeu minha abstinência e me levou num café de gatos. Amei. Senti meu coração mais quentinho. 

Depois pegamos uma gatinha de uma amiga para cuidar. Coitada, ela sofre com meus ataques de Felícia. Se vejo alguma coisa dos meus cachorros, automaticamente já chamo a gata e começo a abraçar e beijar. Mas hoje ela foi embora e já tô sentindo a síndrome do ninho vazio.

Agora peguei uns bicos como pet sitter. Meus primeiros clientes foram dois buldogues franceses. Obviamente perco um tempinho a mais lá para aproveitar para ser muito Felícia. 

Embora tenha encontrado artifícios para sentir um pouco menos de saudade, a saudade só aumenta (essa conta não fecha né?). É incrível o quanto um bichinho pode transformar a química do nosso cérebro. 

Espero que eles não esqueçam de mim (pelo menos o Toddy segue dormindo na minha cama. Saudades ou felicidade de ter a cama só pra ele?). 

Dezembro tô lá pra ser muito Felícia!!!


© 2024 por ROSANA EMILIO. 

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