top of page
2

Últimos posts

Buscar
  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 2 min de leitura

Uns meses antes de me mudar para cá tinha uma música que não saía da minha cabeça e eu sempre pensava: vou chegar em Groningen e andar pela cidade ouvindo essa música no fone. 

Demorei um tempinho pra de fato conseguir sair andando pela cidade sozinha ouvindo essa música no fone. 

E só hoje, dois meses depois de chegar aqui, entendo todo o significado dessa música pra mim para o momento atual. 

Parece mesmo que o universo prepara a gente sem a gente perceber né? 

Parece que algumas partes dela conversam muito comigo. É como se me fizesse parar para analisar minha vida e entender que não preciso ter a pressa que tenho de resolver tudo (sim, sou bem imediatista e isso definitivamente não é bom). 

Às vezes é necessário (e essencial) parar de olhar para tudo que QUERO e entender tudo que PRECISO no momento.  



Pressa.

Eu cheguei aqui com pressa de tudo e ao mesmo tempo achando que ia sair tuuuuudo certinho.

Mas no fundo estava morrendo de medo e a pressa só me atropelou e me travou.






Tudo tem seu tempo de acontecer. NADA vai acontecer na hora errada. Tudo tem a hora certa. Não adianta brigar, espernear, chorar.

As coisas acontecem quando tem que acontecer. 

Claro, não dá pra sentar e esperar tudo cair do céu. A gente precisa fazer nossa parte e o universo se encarrega do resto (não é positividade tóxica ok?). 

Mas às vezes a gente precisa dar um passo pra trás, respirar e prestar atenção no que a gente de fato precisa para depois alcançar aquilo que a gente quer. 

No caso, hoje em dia preciso descobrir quem é a Rosana aqui, depois disso o resto vai se encaminhar (espero né).


Desculpa amigos, eu realmente me desliguei por um tempo. Não é pessoal, mas sim por mim (e foi super inconsciente, nada planejado).

Eu realmente tenho me dado um tempo para apenas viver sem uma rotina pré estabelecida, sem horários marcadinhos, sem milhares de compromissos.

Isso tem me enlouquecido um pouco, confesso, porque sou capricorniana, gosto de controle e a falta dele às vezes me causa ansiedade. Mas está sendo bom aprender a viver num ritmo mais lento. 

A Holanda, por si só, já tem um ritmo de vida mais devagar e eu estou aprendendo muito com isso. 


Com o ritmo mais lento, estou tendo mais tempo de me ouvir e ouvir meus sentimentos. Pode ser que seja por isso (e por todas as mudanças) que tenho sentido MUITO tudo. 

A real é que agora eu tenho tempo para me ouvir. Tenho tempo para respirar e pensar em tudo. 

Enfim, ouvi essa música por MESES no repeat e só agora com tempo para OUVIR de verdade que entendi todo o significado dela (pelo menos pra mim né). 

Juro que não é positividade tóxica, mas o universo realmente sabe muito das coisas, até porque quando tive esse insight EU NEM TAVA OUVINDO  MÚSICA. 








  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 3 min de leitura

E foi assim que a Camila Fremder, o Pedro Pacífico (o Bookster) e a psicanalista Ana Suy alugaram um triplex na minha cabeça enquanto estava ouvindo o Podcast “É noia minha?” da Camila. 

É realmente inacreditável o quanto nossa cabeça às vezes (sempre) consegue ser uma bela de uma idiota e tranformar nossos medos e inseguranças num filme de terror (que só a gente assiste). 

O plano de mudança da Holanda deu super certo, afinal tô aqui né? Mas nunca (eu disse NUNCA) as coisas acontecem do jeitinho planejado. 

Minha adaptação não está sendo fácil (e eu tinha certeza que tiraria tudo de letra. Iludida, coitada) e isso tem me deixado muito insegura. 

Meu inglês travou. Simplesmente sumiu da minha cabeça (e eu nem sabia que isso era possível). 

Meu holandês não existe (até tentei aprender no Brasil, mas meu professor não aparecia nas aulas. Parece piada né? Mas não é). Vou resolver isso logo mais, mas alguém já tentou aprender holandês? Pois é, entao é bom meu inglês voltar porque o holandês vai demorar um tempinho bom pra caminhar paro o nível “falável” (e quando eu digo “falável” são coisas BEM básicas).

Na minha segunda semana aqui o Leonardo caiu, QUEBROU o braço, teve que OPERAR e colocar dois pinos. Ah, quebrou o braço direito e ele é destro tá? (óbvio né?)

Por causa disso tudo, meu visto ficou atrasado. 

Enfim, essas são algumas das coisas que aconteceram. 

O que quero dizer é que a gente imagina que as coisas são lineares, mas NADA é linear. No meio do caminho nossa vida pega uma carona numa montanha russa com looping, túneis escuros e com temas de terror em algumas partes. 

Inacreditável. 

E como se não bastasse tudo, vem nossa mente fazendo um filme de terror com nossos medos. 

Nossa cabeça tem um poder absurdo de potencializar todos os problemas e quando você menos espera ela pega um problema e tranforma em outros 50. E bem provável que desses 50 ela vai acabar criando subproblemas de todos. 

O que quero dizer é que por mais que o caminho não seja linear (e to aqui provando que NÃO É MESMO), nossa cabeça tem o poder de piorar isso e cabe a nós darmos um basta. 

Como?

No podcast a Camila e o Pedro falaram uma coisa que fez um "BUM" na minha cabeça (e eu tô acabando de lembrar que minha psicóloga já fez esse exercicio comigo, mas precisei ouvir meus amigos podcasters pra entender bem, porque ver que outras pessoas tem as mesmas inseguranças e “loucuras” faz a gente se sentir mais próximo e acordar). 

Enfim, eles falaram que quando nossa cabeça está indo para lugares muito doidos com os problemas, a gente deve se perguntar (ou perguntar para alguém) qual a coisa mais absurda que pode acontecer com aquela situação. Assim, você vai perceber que é tão absurdo aquele pensamento que aquilo não vai acontecer (e se acontecer, talvez nem seja tão absurdo daquele jeito).

Depois disso você vai entender que não passa de uma fantasia da sua cabeça e a realidade acaba sendo um alívio (não me entenda errado, porque a realidade pode sim ser uma merda, mas não tão absurdo como a sua cabeça estava gritando para você). 

E ai chegamos à conclusão de que a realidade pode ser um alívio. 

Eu juro que hoje de manhã mesmo fiz esse exercício e me senti mais aliviada. Confia, dá certo. 

Obrigada Camila, obrigada bookster, obrigada Ana. Anjos. 










  • Foto do escritor: Rosana Emilio
    Rosana Emilio
  • 4 min de leitura

Todo mundo tem seu grupo de apoio.

Geralmente nosso "porto seguro" é nossa família, mas em muitos casos, os amigos são uma extensão desse "porto seguro". 

Por exemplo, sei que para QUALQUER coisa que eu precisar, minha família vai estar ao meu lado. Eles são o "porto do seguro do porto seguro" (se é que existe um "porto seguro" numa categoria a cima de "porto seguro"). 

Mas existe também a família que nós escolhemos e esses são nossos amigos. 

Tenho sorte. Tenho amigos incríveis. 

Sou uma pessoa super introvertida e um tanto quanto difícil de fazer amigos. 

Entenda que conversar com pessoas é diferente de fazer amigos. Não sou tão ruim em conversar com pessoas (depende do dia e do carisma), mas não sou boa em fazer amigos. 

Meus amigos são antigos. Para você ter noção, tenho dois amigos que conheci na primeira escola que estudei com 4 anos (hoje tenho 32, então faz as contas aí e entenda o nível). 

Sou uma pessoa de poucos e bons amigos. 

Relações duradouras. 

Muito duradouras. 

Enfim, tenho sorte. Tenho algumas amigas que são mais próximas e elas são meu "porto seguro". São elas que ficam sabendo de tudo da minha vida em primeira mão. Ressaca, tristeza, felicidade, notícias boas, notícias ruins, uma idiotice aqui e outra ali, a primeira vez que corri 8k ou a primeira vez que corri 9k numa esteira. São elas que estão sempre presentes em todos os momentos. 

Esses dias eu estava desabafando com algumas delas sobre a dificuldade de morar fora do país e elas me deram um conselho: você precisa encontrar seu grupo de apoio aí. 

Ok, preciso. Mas gente, meu grupo de apoio está INTEIRO no Brasil (ok, o Léo está aqui, mas dá para acompanhar o raciocínio né?). Como que em dois meses encontro um grupo de apoio aqui? Demorei ANOS para construir meu "porto seguro" e agora simplesmente preciso juntar as peças e tijolos e construir um "porto seguro" aqui? Do nada? 

Minhas amigas são meu grupo de apoio. Elas, junto com meus pais e o Léo são meu "porto seguro". Elas são minhas irmãs que me entendem sem eu precisar falar nada, às vezes não precisa nem de um olhar para a gente se entender. 

Pois é, elas me disseram que eu precisava de um grupo de apoio. Encontrar minha turma aqui. 

Prometo que to trabalhando nisso. Vou fazer amigos, vou me abrir. 

Mas enquanto isso não está acontecendo, um grupo de mulheres maravilhosas caiu no meu colo. Assim como minhas amigas, elas não estão aqui, mas sim espalhadas pelo mundo. 

Tudo começou por causa de um exercício de um livro que vamos fazer juntas por 12 semanas. Ninguém no grupo se conhece. Todo mundo entrou ali porque provavelmente precisavam desse encontro (que jamais entenderemos o motivo, mas o universo sempre funciona de um jeito maravilhoso e misterioso). 

Ouvir as experiências, ouvir o que cada uma tinha a dizer e perceber que tudo o que tenho sentido não é anormal, me fez respirar um pouco mais aliviada. 

A adaptação não é fácil (e acredito que mesmo passando a fase de adaptação nunca vai ser “fácil”). 

Não é fácil morar longe de quem você ama. Sua família vai continuar a vida sem você (e você vai continuar a vida sem sua família). Seus amigos vão continuar a vida e fazendo novos amigos (alguns amigos se afastarão e tá tudo bem). Os aniversários continuarão existindo e você vai estar longe. Você vai perder um casamento ou outro. Você vai perder uma comemoração ou outra (ainda bem que hoje existe chamada de vídeo para participar por pelo menos 5 minutinhos). Você vai estar longe num momento difícil. Você vai chorar de saudades (vai chorar muito de saudades, dos cachorros então NEM PRECISO COMENTAR NADA SOBRE ISSO). 

Isso tudo vai acontecer. E não vai passar. A saudade não vai passar

A vida é ótima aqui. Eu estou feliz. Mas vivo numa montanha russa de emoções 24h por dia, 7 dias por semana. 

Ontem acordei desanimada. Me animei. Corri 9k (pela primeira vez. Numa esteira porque o tempo da Holanda não ajuda. Quase cortei os pulsos de tanto tédio, mas consegui). Terminei a corrida e contei para as minhas amigas (ah lá, compartilhando tudo mesmo de longe). Voltei pra casa animadona. De repente bateu um desânimo. Do. Nada. 

Hoje acordei animada, fui escovar os dentes e voltei para o quarto CHORANDO de saudades da minha mãe. Do. Nada. (de novo). O Léo me abraçou, riu, imitou minha mãe para me fazer rir e ligou pra ela. Ficamos conversando no telefone e chorando juntas.

É uma montanha russa de emoções todos os dias. 24/7, sabe? 

Uma das mulheres daquele grupo que falei ali em cima  me disse que vive há 2 anos fora do Brasil e os dias dela continuam sendo uma loucura, mas hoje ela consegue aproveitar as nuances sem se descabelar. Quando a gente sai da “bolha” você aprende a lidar com os sentimentos de uma forma mais consciente e voltada para o que é importante para cada um. A dica dela foi: aproveitar todos os dias como um novo dia

Sinto que aqui todos (TODOS) meus sentimentos se potencializaram. Ou talvez agora eu só esteja vivendo um dia por vez e me ouvindo mais, porque de fato saí da minha “bolha”?

Não tenho resposta para nada. Não cheguei a nenhuma conclusão. Não sei nem como terminar esse texto. 

A verdade é que estou vivendo o processo (que não é facil). Espero um dia encontrar a paz no caos dos sentimentos, continuar vivendo os momentos bons (que são muitos, não entenda errado) e me acolher (e ser acolhida pelo meu "porto seguro") nos momentos ruins. 

Paz no caos. É isso. Não cheguei lá (ainda). 


© 2024 por ROSANA EMILIO. 

  • Instagram - Black Circle
bottom of page