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Foto do escritorRosana Emilio

Hoje acordei às 7h, enrolei um pouco na cama, levantei, tomei café da manhã com o Léo, conversamos, ele saiu para a aula às 8:40, me troquei e sai às 9h. 

Pode ser utopia, ilusão, loucura, ou o que você quiser chamar, mas quero uma rotina assim. Sempre. 

Eu quero calma. Quero viver o dias. 

Viver. Os. Dias. 

E não ser atropelada pelos dias. 

Sinto que em 32 anos (quase 33), é a primeira vez que vivo meus dias com calma. 

Até quando era criança vivia loucamente pra cima e pra baixo na escola, ou aula de inglês, ballet, natação, sapateado, escola de novo, treino de vôlei.

Tudo cronometrado. 

Agora, com 32, experienciei essa vida mais calma e, sinceramente, não quero trocar. 

A gente cresceu vendo filmes em Nova York em que as pessoas são workaholics, vivem para o trabalho, correndo de um lado pro outro, com a vida corrida. Talvez, isso faça a gente (pelo menos eu) crescer achando que PRECISAMOS ser assim.

E muito tempo fui mesmo. Nem é um passado distante não. Em maio desse ano meus dias eram cronometrados das 6 da manhã até as 8 da noite. Todos. Os. Dias.

E será mesmo que pra ser bem sucedido a vida precisa ser assim?

Aliás, o que é ser bem sucedido, afinal?

Não me entenda errado porque gosto de trabalhar, pensar, aprender, me sentir útil e fazer a diferença num lugar. Pô, sou capricorniana né? Gosto de rotina.

Mas o ponto é: a que custo?

Nós somos substituíveis num trabalho, mas não somos substituíveis na nossa vida, nem na nossa família. 

Aí eu volto para essa pergunta: o que é ser bem sucedido afinal?

Tenho certeza que cada pessoa pensa isso de um jeito e digo mais, se essa pergunta for feita em diferentes fases da vida, muito provavelmente a resposta vai ser diferente. 

O que sei é que depois de experienciar uma vida com mais calma, mais tempo e mais presença, me dá pânico (palavra forte, mas é real) pensar em voltar para a vida no automático como vivi por muitos anos.  


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NO MEU FONE:


To viciada em CAJU, você já ouviu?


Ps. A Liniker é de Araraquara, a cidade onde nasci e vivi até maio desse ano, antes de mudar para a Holanda.



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LI (OU OUVI) EM ALGUM LUGAR E QUERO COMPARTILHAR:

“Viver a sua vida de acordo com o que te faz se sentir viva ao invés de ‘o que o mundo acha que você deve fazer’, e tornar sua vida uma grande oração em movimento”

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UM POUCO DO MEU ROLO DA CÂMERA:




O Outono chegou com tudo!

24h de diferença entre uma foto e outra =)




Mesmo lugar, com 12h de diferença!


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Obrigada por ler até aqui!


Até a próxima,

Rosana

Foto do escritorRosana Emilio

Quando eu era criança, achava que uma pessoa de 30 anos já era bem velha, com a vida pronta e tudo resolvido

Entrei na adolescência e continuei achando as pessoas de 30 anos velhas e tinha certeza que com essa idade a vida estaria inteira resolvida

Completei 20 anos e comecei a pensar que talvez uma pessoa com 30 não era tão velha assim, mas esperava já estar com a vida toda encaminhada nessa idade. 

Completei 20 e tantos e comecei a ter certeza que uma pessoa de 30 definitivamente não era velha e comecei a duvidar se minha vida estaria toda resolvida, mas torcia com todas as forças pra que sim.

Completei 27 e tudo que estava “encaminhado” desmoronou e me senti uma adolescente tentando me encontrar

Completei 30 e entendi que os 30 são os novos 20 (e minha vida estava uma grande loucura, no meio de uma pandemia). 

Posso dizer que meus 20 anos foram bons, mas poderiam ter sido melhores se eu não levasse tudo tão a sério e vivesse sempre agindo e pensando no próximo passo para atingir um plano fixo que tinha traçado na minha cabeça.

Quando fiz 27, minha vida virou de cabeça pra baixo. Tinha acabado de terminar um namoro de 11 anos (o plano de casar e ter filhos antes dos 30 não existia mais) e uns meses depois entendi que a profissão que escolhi com 18 anos não era mais a que eu queria (e não fazia ideia do que fazer da vida). 

Comecei a me reinventar (fui meio que obrigada né).

Mas foi a melhor coisa que aconteceu. 

Com 27, quando perdi o controle de todos os planos (ou pelo menos parei de tentar controlar absolutamente tudo) comecei a me permitir viver

Meus 27 anos foram minha adolescência tardia e, com 30 anos, finalmente fiz as pazes com a Rosana de 15 anos. 

Comecei a me levar menos a sério, a sorrir mais e ser mais idiota. Parei de me importar tanto com “o que os outros vão pensar”, porque as pessoas estão ocupadas demais com a vida delas e não preocupadas com a minha. 

Me permiti viver coisas novas, conhecer pessoas novas, lugares novos. 

Com 30 anos fiz coisas que sempre quis.

Tirei meus sonhos quebrados e largados do papel (tirei alguns, faltam muitos). 

E sim, acho que planejei tanto como eu “deveria” viver meus 20 anos para chegar nos 30 do jeito planejado que deixei muitas coisas de lado, inclusive eu. E no “fim”, nada saiu como planejado (mas com certeza foi e está sendo melhor do que eu tinha em mente).

Foram necessárias muitas mudanças para entender que pelo menos com 30 e poucos consegui fazer as pazes com a minha menina de 15. 

Espero que com 40 anos eu olhe para trás e pense: ainda bem que me permiti ser eu (ou com 40 vou reclamar de todas as merdas que fiz com 30. Mas vai saber, talvez role um pouco de reclamação e um pouco de contemplação?).