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Foto do escritor: Rosana EmilioRosana Emilio

Por muito tempo silenciei minha intuição. 

A intuição é aquela vozinha no fundo da cabeça que não dá para explicar de onde vem, você só sente.

Ela é bem poderosa, pena que a gente costuma silenciá-la. 

Por muito tempo silenciei a minha. 

Mas a partir do momento que você começa a prestar atenção e ouvir a sua intuição, muitas coisas boas podem acontecer. 

É doido demais pensar o quanto seguir nosso instinto ou intuição (você pode chamar como quiser) para tomar decisões pode mudar nossa vida para melhor. 

Lembro quando estava numa aula de inglês em 2022 e minha amiga e professora me chamou para fazer um intercâmbio em Malta. Aquele dia, naquele momento, senti MUITO forte que eu deveria ir. No mesmo dia já fui atrás de tudo e em menos de uma semana fechei a viagem. 

A partir do momento que comecei a ir atrás, tudo começou a se encaminhar para dar certo. Era como se todos os caminhos me mandasse para lá. 

Depois que dei aquele passo muita coisa mudou. 

Eu mudei. 

Naquela viagem me senti viva, feliz e livre de um jeito que nunca me senti antes. 

Aquele período foi determinante para me afastar de pessoas que me faziam muito mal e foi libertador.

Além disso, me reconectei comigo mesma e fiz minha primeira viagem sozinha. 

E, pra finalizar com chave de ouro, reencontrei o Léo (meu namorado) e isso me trouxe até aqui (no caso, a Holanda). 

Isso tudo aconteceu porque segui algo que estava gritando dentro de mim. O resultado foi incrível.  

Outra decisão importante que tomei através da minha intuição foi meu relacionamento com o Léo e minha mudança para a Holanda. 

Estar aqui não é fácil. A adaptação não foi e nem está sendo fácil. E embora exista um caos de sentimentos dentro de mim, me sinto em paz e com a certeza de que tomei a decisão certa. 

Algo dentro de mim me diz muito forte que estou no caminho certo. 

Tenho me conhecido muito, me reencontrado, muitas coisas estão clareando e tenho entendido o que quero e o que não quero. 

Aqui vejo o quanto sou capaz, madura e corajosa. 

Tenho me dado valor, respeitado meu tempo e minhas vontades. 

Enfim, hoje acordei nostálgica pensando em Malta e em como foi especial viver tudo o que vivi e conhecer as pessoas que conheci.

É muito bom olhar para trás e se sentir em paz e orgulhosa das suas decisões. 

Então confia em mim, se permita ouvir sua intuição e agir. A partir disso coisas incríveis vão acontecer!


Foto do escritor: Rosana EmilioRosana Emilio


1. Os holandeses são bem diretos.

Nós brasileiros temos uma cultura de não querer "desagradar", enquanto aqui as pessoas simplesmente falam o que pensam. Às vezes até parece rude, mas se você pensar bem, será que é mesmo?

Aconteceu uma situação curiosa comigo. Estávamos na casa de um amigo e chegou num ponto que ele não queria mais socializar, então ele simplesmente levantou, chamou a atenção de todo mundo e disse que não estava mais no clima e queria ficar sozinho. Todo mundo foi embora numa boa. Simples.

Conversei com ele sobre isso e a explicação foi: ninguém é obrigado a ficar na minha casa sem querer, então por quê as pessoas podem ficar na minha casa quando eu não me sinto mais confortável para isso? 

E ele tá errado? Não tá. Tá certíssimo. Achei maravilhoso.



2. Se eles combinam alguma coisa, eles de fato fazem o combinado.

Bem diferente do nosso ‘vamos combinar’ ou 'vou ver e te aviso' e nunca rola. Você simplesmente combina que daqui 2 semanas você vai sair para um café com tal pessoa, então esse café vai sim rolar.

Confesso que sofro um pouco com isso porque sou daquelas pessoas que combina as coisas no calor do momento e depois de um dia já desisto por falta de carisma (às vezes é só falta de vontade mesmo).




Juro, eu calço 38, mas meu pé NÃO CABE INTEIRO. Sempre desço as  escadas de lado e com medo de cair. Tirando o fato que elas são super na vertical. Dá para literalmente subir engatinhando.


4. Quando você está sentado numa mesa e começa a falar as pessoas simplesmente ficam quietas e te escutam.

Nós brasileiros costumamos conversar sobre vários assuntos ao mesmo tempo e em grupos diferentes. Senti bastante diferença nisso. Nós funcionamos bem no nosso caos de 5 assuntos em 4 grupos diferentes durante um jantar né?



5. As pessoas fazem praticamente tudo a pé.

Faça chuva ou faça sol (até porque se elas não fizessem na chuva então ficariam em casa praticamente o ano inteiro). 

Agora entendo porque eles andam de bicicleta. Tô quase me rendendo (um perigoso pra sociedade, mas é a vida).




Eles conseguem levar UMA MUDANÇA INTEIRA em cima de uma bicicleta. É bizarro. 

Acho incrivel ver senhores e senhoras andando de bicicleta de booooa.



7. As pontes que levantam para os barcos passarem nos canais são muito legais.

Além disso, acho engraçado ver o trânsito de bicicleta que se forma enquanto a ponte está levantada.





8. No supermercado só conseguimos comprar algumas bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho.

Bebidas alcoólicas ‘mais fortes’ como gin, whisky, rum, vodka, devem ser comprados em lojas específicas que só vendem isso. 



9. O jantar aqui é muito cedo, entre 17h e 19h.

Não sei vocês, mas eu costumava jantar sempre umas 20h ou mais. Em alguns restaurantes a cozinha fecha as 21h.

Além disso, Um café, também é um bar e também é um restaurante. Consigo beber um café às 5 da tarde, mas se eu quiser um drink ou jantar, também consigo.





A vida funciona num ritmo mais devagar. De segunda-feira, por exemplo, as lojas abrem apenas ao meio dia.

No Brasil, numa segunda ao meio dia já deu pra gente se estressar e voltar ao normal pelo menos 15x.


12. As cervejas daqui são bem variadas.

Existem as cervejas normais, aquelas mais amargas (que eu não gosto), mas tem também umas mais leves e com gosto diferente (descobri que dessas eu gosto).


13. As pessoas não costumam passar por você na rua e falar bom dia ou boa noite.

Acho isso bem estranho, porque no Brasil a gente sai falando bom dia até para os cachorros na rua (sigo fazendo isso, confesso. E sou duramente julgada pelos donos).  Inclusive, aqui os cachorros são mais contidos como os donos. Eles passam por você no parque e a maioria nem olha pro lado, nem da uma cheiradinha no seu pé. Fora que a gente não encontra caramelos por aqui (triste).


14. As meninas usam coturno ou bota de cano alto (tá na moda isso aqui) num sol lascado, às 3 da tarde, num dia quente de verão.

Parece uniforme: saia, tomara de caia e bota de cano alto COM 30 GRAUS. Não julgo, mas não entendo. Gente, existe uma coisa chamada havaianas (= conforto e fresco).


15. O sistema de saúde é meio estranho.

Funciona? Sim. Mas é estranho.

Não podemos simplesmente ir na emergência se acontece uma emergência tipo meu namorado quebrar o braço (se você ainda não sabe dessa história, leia todo o drama aqui https://www.diariodeviagens.blog/post/ouvir-a-galera-falando-em-holand%C3%AAs-me-chocou-essa-%C3%A9-a-fala-da-pessoa-que-se-mudou-para-a-holanda).

Primeiro é necessário AGENDAR uma consulta com seu médico (que é tipo um médico da família que você se cadastra) e depois se ele entender que deve te encaminhar para o hospital, aí sim vc pode ir. Mas vc que se vira para ir, ninguém vai te levar não. 




16. Aqui vende água em caixa que parece de leite. Acho meio estranho, confesso. 






18. A chuva não impede as pessoas de fazerem nada.

Esses dias fui passear no parque com um cachorro debaixo de uma super chuva. O cachorro ficou ok e feliz passeando todo encharcado (e eu também). Durante o passeio encontramos MUITAS pessoas correndo normalmente como se estivesse um dia de sol. Encontrei até um grupo de pessoas FAZENDO TREINO DE CIRCUITO COM UM PROFESSOR DEBAIXO DE CHUVA (isso sim me chocou).

A chuva e o frio realmente não impedem eles de fazer nada. A vida continua normal. A chuva é só um pequeno detalhe (pra mim a chuva e o frio são sinônimos de brigadeiro e pipoca debaixo do coberto. To ferrada sim ou com certeza com o inverno se aproximando?).

Ainda não acostumei com isso já que vim de Araraquara e 95% dos dias são sem chuva.


19. A segurança de andar sozinha na rua durante a noite é incrivel.

Todo mundo fala muito sobre o quanto os países da Europa são seguros, mas viver isso na prática é diferente. Não tenho propriedade para falar isso de muitos países, mas me senti segura sozinha em alguns que já conheci.

Confesso que meu lado brasileiro ainda sente um medinho, porque as ruas aqui de Groningen são bem silenciosas. Mas realmente é diferente. Consigo sim me sentir segura andando sozinha durante a noite.


20. Não encontro mamão papaia.

Esse é o último da lista porque é o mais triste. Mamão é minha fruta preferia e eu comia TODOS OS DIAS no café da manhã. Saudades.


Foto do escritor: Rosana EmilioRosana Emilio



Esses dias fiz uma lista de 20 coisas que gosto muito (era um exercício de um livro que estou lendo).





Dentre essas

20

coisas, tem:







Ou seja, de 20 coisas, em 5 delas estão presentes situações que envolvam sol. 

Isso é para mostrar que eu realmente gosto muito de dias de sol, verão, calor. Mas também consigo entender que tudo que é demais não é legal. 

Viver só com sol ou viver só no escuro não faria bem para ninguém.

Se vivessemos apenas debaixo de chuva com certeza mofariamos e ainda rolaria uma depressão por falta de vitamina D. Em contrapartida, viver sem chuva faria tudo secar (até as plantas que precisam da luz do sol para fazer fotossíntese não podem viver só com sol o tempo todo porque elas queimariam e secariam). 

O verão na Holanda chegou tímido e tardio.

No final de semana o Léo e eu estávamos andando pelo parque e comentei que para a Holanda ser perfeita poderia ter sol e calor o ano todo. 

E ele me respondeu:



Preciso concordar que é verdade. Todos aqui gostam dos dias de verão, mas não aguentam esse clima por muito tempo. Até passam mal. 

Mas sou teimosa e rebati:

Aí Leonardo, sábio que só, falou:



E pasmem, tive que concordar com ele. É VERDADE. Nem precisei viver o inverno para aceitar isso.

Durante as minhas primeiras semanas aqui só choveu e fez frio. QUANDO O SOL SAIA EU COMEMORAVA E DANÇAVA.

EU FICAVA MUITO FELIZ. 

A questão é que em araraquara 95% dos dias são ensolarados e eu tinha plena convicção que contemplava isso o suficiente e da forma adequada, mas hoje vejo que não.

Embora sempre que eu saia de casa, via o sol e ficava feliz, hoje entendo que na verdade quando a gente fica privado de alguma coisa aí sim a gente dá mais valor ou diria até "o valor devido".

Faz sentido?

É totalmente normal não dar o valor necessário ao que está muito disponível. A gente se acostuma com "coisas de fácil acesso".

Por exemplo, em araraquara eu saia em todos os dias de sol para andar na rua feliz e, literalmentem, sentindo o sol? Não.

Aqui SIM. Eu saio na rua especificamente para SENTIR sol. Para APROVEITAR o sol. Para VIVER o dia de sol. É de fato um evento.  

** Por isso que é bom mudar e enxergar as coisas com outras perspectivas.**  

Viver sempre igual um dia vai perder o sentido

Eu amo o sol e tenho aproveitado o máximo dele, porque logo mais o inverno vai chegar (inclusive, tô com medo) e vai me fazer falta. Mas quando ele voltar, com certeza absoluta vou dar mais valor ainda. 

E qual a conclusão disso tudo? Pode ser algo óbvio, mas vamos lá: deixar de viver no automático e aproveitar ao máximo o que a gente tem nas mãos para não sentir falta (mesmo que às vezes seja inevitável) quando aquilo não estiver mais com você. 

E não, não estou falando apenas sobre o sol e sim de tudo que está a nossa volta. Dei o exemplo do sol porque foi uma reflexão por conta de uma conversa, mas hoje em dia sinto falta de coisas muito "pequenas" (que na verdade são "enormes"), por exemplo ficar sentada no sofá vendo tv com meus pais e os cachorros. Isso era algo corriqueiro na minha vida, era algo "normal". Confesso que conforme foi chegando mais perto da minha mudança comecei a aproveitar mais esses momentos porque sabia que eles se tornariam escassos. Hoje morro de saudades e estou aguardando ansiosamente dezembro chegar para repetir isso.

Enfim, viver no automático não é bom e faz a gente deixar de olhar para o lado e aproveitar de verdade as coisas que são "livre acesso".







© 2024 por ROSANA EMILIO. 

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